domingo, 29 de novembro de 2015
domingo, 15 de novembro de 2015
Gênesis 25: A Predestinação de Jacó
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Gênesis 18: Isaque e Ismael
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
Os Negros são Amaldiçoados na Bíblia?
domingo, 1 de novembro de 2015
Gênesis 11: A Chamada de Abraão
domingo, 4 de outubro de 2015
Gênesis 10 e 11: A Torre de Babel
Estudo expositivo do livro de Gênesis. Aqui, uma discussão sobre a origem e consequências da Torre de Babel.
terça-feira, 29 de setembro de 2015
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Gênesis 6: Como nos dias de Noé
domingo, 23 de agosto de 2015
domingo, 2 de agosto de 2015
Gênesis 1, Parte 2
Estudo expositivo do livro de Gênesis, completando o comentário sobre o primeiro capítulo.
segunda-feira, 6 de julho de 2015
Gênesis 1, Parte 1
Estudo expositivo do livro de Gênesis, comentando sobre os dias da criação no primeiro capítulo.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
João 3:16: Deus amou o mundo ou só alguns?
terça-feira, 21 de abril de 2015
Paulo vs Tiago: A fé sem obras é morta
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Vídeo blog: Inerrância das Escrituras
domingo, 25 de janeiro de 2015
O Pré-milenismo Judaico
Para se entender certas coisas na Bíblia, é importante conhecer como pensavam os judeus na época de Jesus e o que eles esperavam do Messias. Por que os discípulos tinham tantas expectativas quanto ao Reino de Deus (veja o post Pedro era amilenista?) e se decepcionaram tanto com a morte de Jesus (veja Lc 24:21)? O que os fariseus esperavam do Cristo e por que as respostas de Jesus os confudiam tanto?
Curiosamente, uma leitura de antigos textos do Judaísmo revela uma incrível semelhança com a visão dispensacionalista da Bíblia. O presente artigo faz uso do impressionante trabalho de Raphael Patai, "The Messiah texts", Wayne State University Press, 1988, que consiste de uma coletânea de textos messiânicos e escatológicos da literatura judaica dos últimos três mil anos, incluindo o Velho Testamento, Talmud, Targum, Midrash, Zohar, etc. Patai é um historiador e antropologista reconhecido internacionalmente, com doutorados pela Universidade Hebraica de Jerusalém e pela Universidade de Breslau, além de ter sido ordenado no Seminário Rabínico de Budapest. A seguir, comparo alguns textos bíblicos e sua interpretação dispensacionalista com a visão dos rabinos antigos a respeito de sete tópicos ligados à escatologia (a doutrina do fim dos tempos). É bom enfatizar que não endosso a tradição extra-Bíblica do Judaísmo atual como se fosse cristã, pois a mesma contraria o Cristianismo em muitos pontos. No entanto, dentro de certas áreas encontramos surpreendentes coincidências entre a Palavra de Deus e os escritos dos rabinos. Estes textos são importantes, também, para esclarecer dúvidas daqueles que acham que as interpretações dispensacionalistas apresentadas abaixo nasceram com John Nelson Darby no século XIX.
A) O anticristo, os sete anos de Tribulação e o quadro geral dos últimos tempos
"E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador", Dn 9:27a
"Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus...E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda", II Ts 2:3-4,8
Interpretação dispensacionalista: Nos últimos tempos haverá apostasia e degradação moral da sociedade (em contraste com o quadro otimista pintado pelos pós-milenistas). Haverá sete anos de Grande Tribulação, onde o Anticristo governará e será adorado como deus. Ele virá das nações do antigo Império romano. Então, o verdadeiro Messias o destruirá e virá para reinar.
Os rabinos:
"Ocorrerão cataclismas cósmicos: pestilência, fome, terremotos, neve e saraiva, relâmpagos e trovões...insolência, roubos, heresias, prostituição, corrupção, opressão, leis cruéis, falta da verdade e falta de temor de pecar. Tudo isto levará a uma degradação interna, desmoralização e apostasia. As coisas chegarão a tal ponto que as pessoas desesperarão da Redenção. Isto durará sete anos. Então, inesperadamente, o Messias virá", Patai, pp. 96
"No sexto ano do septenário Messiânico, sons serão ouvidos; no sétimo, haverá guerras, e ao final do sétimo, o Filho de Davi virá. Guerras são o princípio da redenção", B. Meg. 17b
"Eles o chamam de Armilus. E ele irá a Edom (Roma) e dirá a eles: 'Eu sou o seu Messias, eu sou o seu deus!'. E ele os enganará e eles instantaneamente acreditarão nele, e o farão seu rei" T'fillat R. Shim'on ben Yohai, BhM 4:124-26
Note que os judeus chamam o anticristo de Armilus, dentre outros nomes.
B) A mulher e o dragão
"E VIU-SE um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça...E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias...E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.", Ap 12
Interpretação dispensacionalista: A mulher é a nação de Israel, 1260 dias são os três anos e meio finais da Tribulação, o dragão é o diabo, que perseguirá Israel por meio do Anticristo. Mas Israel se refugiará no deserto.
Os rabinos:
"Então, um homem aparecerá naquele lugar e todo o Israel se ajuntará...e juntos irão àquele homem, Armilus, que dirá 'Eu sou o Messias, seu rei e seu príncipe'...Então todo o Israel se ajuntará e irá para o deserto de Efraim...e invocará Deus...e o rei maligno se enfurecerá e ordenará que eles sejam mortos...e os filhos de Israel...irão para o deserto e levantarão suas vozes...e clamarão a Deus...Então, Deus lhes enviará Sua misericórdia e abrirá as janelas do céu." Ma'ase Daniel, pp 222-25
C) Os dez chifres da besta
"E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.", Ap 17:12,13
Interpretação dispensacionalista: Os dez chifres são dez reis de nações que formavam o antigo Império Romano, que darão apoio ao Anticristo.
Os rabinos:
"...virá Armilus e ele governará todo o mundo...E todos os que não acreditarem nele morrerão...E ele virá à terra de Israel com dez reis...E haverá sofrimento em Israel como nunca houve no mundo. E eles fugirão para as fendas e cavernas nos desertos. E todas as nações do mundo seguirão aquele maligno, o satânico Armilus, exceto Israel.", Sefer Zerubbabel, BhM 2:54-57
D) O Armagedom e a Segunda Vinda
"E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça....E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava
assentado sobre o cavalo, e ao seu exército...E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.", Ap 19:11,19,21
Interpretação dispensacionalista: ao final da Tribulação, o Messias virá e vencerá os exércitos do Anticristo com sua palavra e as aves se alimentarão de seus cadáveres.
Os rabinos:
"Gogue e Magogue subirão contra a terra de Israel...e dirão... 'lutarei contra seu Deus primeiro e depois os aniquilarei'", Mid. waYosha', BhM 1:56
"E o Nome, bendito seja Ele, descerá sobre o Monte das Oliveiras, e as montanhas se separarão...e Ele lutará contra aquelas nações como um homem de guerra...E o Messias Filho de Davi virá...e matará Armilus.", Sefer Zerubbabel, BhM 2:54-57
"haviam se ajuntado dos quatro ventos do céu uma multidão inumerável de homens para guerrearem contra aquele Homem...ele enviou da sua boca uma corrente de fogo...e esta caiu sobre a multidão...e queimou a todos...", 4 Ezra 13:1-9, 25-26, 35-36
"E o Santo, bendito seja, ajuntará todas as aves do céu e as feras da terra para comerem suas carnes e beberem seu sangue", Sefer Eliyahy, BhM 3:65-67
E) O Milênio
Existem textos demais falando sobre o Milênio na literatura rabínica. Por falta de espaço, vou me restringir a um texto que menciona uma das inúmeras previsões (fracassadas, é claro) sobre a época do início do Reino do Messias.
Os rabinos: "Felizes serão todos aqueles que permanecerão no mundo ao final do sexto milênio para entrar no [milênio do] Sabbath...", Zohar 1:119a
Infelizmente, tal interpretação do Reino de Deus como sendo o sétimo Milênio do planeta terra também já foi defendida por alguns dispensacionalistas no passado.
F) O diabo e os ímpios lançados no lago de fogo
"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta...E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.", Ap 20:10,15
Interpretação dispensacionalista: No fim do Milênio, Cristo lançará o diabo no lago de fogo. Logo em seguida, após o Juízo Final, os ímpios terão o mesmo destino.
Os rabinos:
"Quando Satanás viu o Messias, ele tremeu, caiu sobre seu rosto e disse 'deveras, este é o Messias que no futuro irá me lançar e a todos os príncipes das nações do mundo no Gehenna'", Pes. Rab. pp. 161a-b
G) A nova Jerusalém
"E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.", Ap 21:1
"E as doze portas eram doze pérolas; cada uma das portas era uma pérola;", Ap 21:21a
Interpretação dispensacionalista: Após o Juízo Final, na nova terra haverá uma nova cidade de Jerusalém vinda do céu, cujos portões serão pérolas gigantes.
Os rabinos:
"E todo o Israel achará favor aos olhos de Deus. No lugar da Jerusalém destruída, Ele baixará para eles uma Jerusalém dos céus", Ma'ase Daniel, pp 225
"No futuro, o Santo, bendito seja Ele, trará pedras preciosas e pérolas de trinta por trinta côvados em tamanho e irá perfurar nelas aberturas de dez por vinte, e as porá nos portões de Jerusalém", B. Bab. Bath. 75a
Conclusão
É impossível uniformizar os ensinos rabínicos sobre os últimos tempos, pois, além do estudo do Velho Testamento, eles se baseiam em diversas visões, lendas e mitos. Contudo, os textos que expus neste artigo resumem o quadro geral defendido por muitos deles. Com toda esta semelhança entre o dispensacionalismo e o judaísmo, devida a uma interpretação literal das profecias do Velho Testamento, pode-se perguntar se os dispensacionalistas não entenderam erradamente a Bíblia, assim como os judeus nos tempos de Cristo. De fato, até hoje os judeus usam o argumento de que Jesus não cumpriu as profecias Messiânicas para negar que Ele era o Cristo. Para entender a resposta a este argumento, vale a pena estudar o que os rabinos antigos diziam sobre os textos que falam sobre o sofrimento e morte do Messias. Mas isso fica para um próximo artigo.
p.s. As referências completas para as abreviações acima podem ser encontradas no livro do Prof. Patai.
Curiosamente, uma leitura de antigos textos do Judaísmo revela uma incrível semelhança com a visão dispensacionalista da Bíblia. O presente artigo faz uso do impressionante trabalho de Raphael Patai, "The Messiah texts", Wayne State University Press, 1988, que consiste de uma coletânea de textos messiânicos e escatológicos da literatura judaica dos últimos três mil anos, incluindo o Velho Testamento, Talmud, Targum, Midrash, Zohar, etc. Patai é um historiador e antropologista reconhecido internacionalmente, com doutorados pela Universidade Hebraica de Jerusalém e pela Universidade de Breslau, além de ter sido ordenado no Seminário Rabínico de Budapest. A seguir, comparo alguns textos bíblicos e sua interpretação dispensacionalista com a visão dos rabinos antigos a respeito de sete tópicos ligados à escatologia (a doutrina do fim dos tempos). É bom enfatizar que não endosso a tradição extra-Bíblica do Judaísmo atual como se fosse cristã, pois a mesma contraria o Cristianismo em muitos pontos. No entanto, dentro de certas áreas encontramos surpreendentes coincidências entre a Palavra de Deus e os escritos dos rabinos. Estes textos são importantes, também, para esclarecer dúvidas daqueles que acham que as interpretações dispensacionalistas apresentadas abaixo nasceram com John Nelson Darby no século XIX.
A) O anticristo, os sete anos de Tribulação e o quadro geral dos últimos tempos
"E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador", Dn 9:27a
"Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus...E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda", II Ts 2:3-4,8
Interpretação dispensacionalista: Nos últimos tempos haverá apostasia e degradação moral da sociedade (em contraste com o quadro otimista pintado pelos pós-milenistas). Haverá sete anos de Grande Tribulação, onde o Anticristo governará e será adorado como deus. Ele virá das nações do antigo Império romano. Então, o verdadeiro Messias o destruirá e virá para reinar.
Os rabinos:
"Ocorrerão cataclismas cósmicos: pestilência, fome, terremotos, neve e saraiva, relâmpagos e trovões...insolência, roubos, heresias, prostituição, corrupção, opressão, leis cruéis, falta da verdade e falta de temor de pecar. Tudo isto levará a uma degradação interna, desmoralização e apostasia. As coisas chegarão a tal ponto que as pessoas desesperarão da Redenção. Isto durará sete anos. Então, inesperadamente, o Messias virá", Patai, pp. 96
"No sexto ano do septenário Messiânico, sons serão ouvidos; no sétimo, haverá guerras, e ao final do sétimo, o Filho de Davi virá. Guerras são o princípio da redenção", B. Meg. 17b
"Eles o chamam de Armilus. E ele irá a Edom (Roma) e dirá a eles: 'Eu sou o seu Messias, eu sou o seu deus!'. E ele os enganará e eles instantaneamente acreditarão nele, e o farão seu rei" T'fillat R. Shim'on ben Yohai, BhM 4:124-26
Note que os judeus chamam o anticristo de Armilus, dentre outros nomes.
B) A mulher e o dragão
"E VIU-SE um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça...E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias...E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.", Ap 12
Interpretação dispensacionalista: A mulher é a nação de Israel, 1260 dias são os três anos e meio finais da Tribulação, o dragão é o diabo, que perseguirá Israel por meio do Anticristo. Mas Israel se refugiará no deserto.
Os rabinos:
"Então, um homem aparecerá naquele lugar e todo o Israel se ajuntará...e juntos irão àquele homem, Armilus, que dirá 'Eu sou o Messias, seu rei e seu príncipe'...Então todo o Israel se ajuntará e irá para o deserto de Efraim...e invocará Deus...e o rei maligno se enfurecerá e ordenará que eles sejam mortos...e os filhos de Israel...irão para o deserto e levantarão suas vozes...e clamarão a Deus...Então, Deus lhes enviará Sua misericórdia e abrirá as janelas do céu." Ma'ase Daniel, pp 222-25
C) Os dez chifres da besta
"E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.", Ap 17:12,13
Interpretação dispensacionalista: Os dez chifres são dez reis de nações que formavam o antigo Império Romano, que darão apoio ao Anticristo.
Os rabinos:
"...virá Armilus e ele governará todo o mundo...E todos os que não acreditarem nele morrerão...E ele virá à terra de Israel com dez reis...E haverá sofrimento em Israel como nunca houve no mundo. E eles fugirão para as fendas e cavernas nos desertos. E todas as nações do mundo seguirão aquele maligno, o satânico Armilus, exceto Israel.", Sefer Zerubbabel, BhM 2:54-57
D) O Armagedom e a Segunda Vinda
"E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça....E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava
assentado sobre o cavalo, e ao seu exército...E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.", Ap 19:11,19,21
Interpretação dispensacionalista: ao final da Tribulação, o Messias virá e vencerá os exércitos do Anticristo com sua palavra e as aves se alimentarão de seus cadáveres.
Os rabinos:
"Gogue e Magogue subirão contra a terra de Israel...e dirão... 'lutarei contra seu Deus primeiro e depois os aniquilarei'", Mid. waYosha', BhM 1:56
"E o Nome, bendito seja Ele, descerá sobre o Monte das Oliveiras, e as montanhas se separarão...e Ele lutará contra aquelas nações como um homem de guerra...E o Messias Filho de Davi virá...e matará Armilus.", Sefer Zerubbabel, BhM 2:54-57
"haviam se ajuntado dos quatro ventos do céu uma multidão inumerável de homens para guerrearem contra aquele Homem...ele enviou da sua boca uma corrente de fogo...e esta caiu sobre a multidão...e queimou a todos...", 4 Ezra 13:1-9, 25-26, 35-36
"E o Santo, bendito seja, ajuntará todas as aves do céu e as feras da terra para comerem suas carnes e beberem seu sangue", Sefer Eliyahy, BhM 3:65-67
E) O Milênio
Existem textos demais falando sobre o Milênio na literatura rabínica. Por falta de espaço, vou me restringir a um texto que menciona uma das inúmeras previsões (fracassadas, é claro) sobre a época do início do Reino do Messias.
Os rabinos: "Felizes serão todos aqueles que permanecerão no mundo ao final do sexto milênio para entrar no [milênio do] Sabbath...", Zohar 1:119a
Infelizmente, tal interpretação do Reino de Deus como sendo o sétimo Milênio do planeta terra também já foi defendida por alguns dispensacionalistas no passado.
F) O diabo e os ímpios lançados no lago de fogo
"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta...E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.", Ap 20:10,15
Interpretação dispensacionalista: No fim do Milênio, Cristo lançará o diabo no lago de fogo. Logo em seguida, após o Juízo Final, os ímpios terão o mesmo destino.
Os rabinos:
"Quando Satanás viu o Messias, ele tremeu, caiu sobre seu rosto e disse 'deveras, este é o Messias que no futuro irá me lançar e a todos os príncipes das nações do mundo no Gehenna'", Pes. Rab. pp. 161a-b
G) A nova Jerusalém
"E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.", Ap 21:1
"E as doze portas eram doze pérolas; cada uma das portas era uma pérola;", Ap 21:21a
Interpretação dispensacionalista: Após o Juízo Final, na nova terra haverá uma nova cidade de Jerusalém vinda do céu, cujos portões serão pérolas gigantes.
Os rabinos:
"E todo o Israel achará favor aos olhos de Deus. No lugar da Jerusalém destruída, Ele baixará para eles uma Jerusalém dos céus", Ma'ase Daniel, pp 225
"No futuro, o Santo, bendito seja Ele, trará pedras preciosas e pérolas de trinta por trinta côvados em tamanho e irá perfurar nelas aberturas de dez por vinte, e as porá nos portões de Jerusalém", B. Bab. Bath. 75a
Conclusão
É impossível uniformizar os ensinos rabínicos sobre os últimos tempos, pois, além do estudo do Velho Testamento, eles se baseiam em diversas visões, lendas e mitos. Contudo, os textos que expus neste artigo resumem o quadro geral defendido por muitos deles. Com toda esta semelhança entre o dispensacionalismo e o judaísmo, devida a uma interpretação literal das profecias do Velho Testamento, pode-se perguntar se os dispensacionalistas não entenderam erradamente a Bíblia, assim como os judeus nos tempos de Cristo. De fato, até hoje os judeus usam o argumento de que Jesus não cumpriu as profecias Messiânicas para negar que Ele era o Cristo. Para entender a resposta a este argumento, vale a pena estudar o que os rabinos antigos diziam sobre os textos que falam sobre o sofrimento e morte do Messias. Mas isso fica para um próximo artigo.
p.s. As referências completas para as abreviações acima podem ser encontradas no livro do Prof. Patai.
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Você é Charlie?
Estava pensando sobre os assassinatos terroristas cometidos contra a equipe do Charlie Hebdo e o que isso pode implicar sobre a liberdade de expressão nos nossos dias. É fato que a liberdade de expressão é um dos valores mais preciosos da sociedade democrática. Para nós, Cristãos, está intimamente ligada ao direito que temos de manifestar publicamente nossas crenças e valores, muitas vezes ofensivos aos outros. Somos gratos a Deus por gozarmos (ainda) de tal liberdade no Brasil e devemos defender o mesmo direito aos outros de quem discordamos.
Por outro lado, também é fato que tal liberdade tem limites. Desde criança aprendemos que "sua liberdade termina onde começa a minha". Onde, exatamente, se marca essa linha é motivo de discussão. Por exemplo, evangélicos podem falar que é pecado o culto aos santos; mas podem chutar a estátua de uma santa em público? Tal ato é uma expressão de fé individual, mas para o qual estamos prontos a admitir a censura. A mesma censura nos proíbe de fazermos discursos homofóbicos, nazistas, racistas, etc. Qualquer expressão que incite a violência ou o ódio contra um determinado grupo da sociedade deve ser coibida com a devida censura. Similarmente, se eu expressar irresponsavelmente minha opinião sobre alguém, posso ser processado por difamação. Se chamar um negro de macaco no estádio dá cadeia aqui e na Europa, por que humilhar um fiel seria diferente?
No caso da Charlie, pode-se questionar se suas charges não eram excessivamente discriminatórias ou se poderiam estimular o ódio ou a violência. Quanto a isso, não vou me delongar, pois não leio a revista, mas penso que em muitos países caberia processo. Na França talvez não, pois eles se orgulham de sua Liberté. O problema é que a tal "Liberté" e sua parceira "Egalité" parecem ser aplicadas unilateralmente, uma vez que Muçulmanos são proibidos de rezar ou usar o hijab (véu islâmico integral) em público desde 2011 (veja a reportagem), pois isso "contraria valores seculares da França". Liberté e Egalité só valem para quem defende "valores seculares"?
Estou apreensivo com o que vai acontecer daqui para frente. O mundo vai começar a prestar mais atenção à multidão de Cristãos que são mortos todos os anos por Muçulmanos pelo simples fato de serem Cristãos? A liberdade de expressão vai ser ampliada, inclusive para grupos religiosos conservadores? Ou vão traçar novas leis para coibir ainda mais a liberdade religiosa na Europa? Vamos esperar para ver.
Ah, e quanto aos terroristas, devem ser tratados conforme a Surah 5, Ayah 45 - "vida por vida, olho por olho".
Por outro lado, também é fato que tal liberdade tem limites. Desde criança aprendemos que "sua liberdade termina onde começa a minha". Onde, exatamente, se marca essa linha é motivo de discussão. Por exemplo, evangélicos podem falar que é pecado o culto aos santos; mas podem chutar a estátua de uma santa em público? Tal ato é uma expressão de fé individual, mas para o qual estamos prontos a admitir a censura. A mesma censura nos proíbe de fazermos discursos homofóbicos, nazistas, racistas, etc. Qualquer expressão que incite a violência ou o ódio contra um determinado grupo da sociedade deve ser coibida com a devida censura. Similarmente, se eu expressar irresponsavelmente minha opinião sobre alguém, posso ser processado por difamação. Se chamar um negro de macaco no estádio dá cadeia aqui e na Europa, por que humilhar um fiel seria diferente?
No caso da Charlie, pode-se questionar se suas charges não eram excessivamente discriminatórias ou se poderiam estimular o ódio ou a violência. Quanto a isso, não vou me delongar, pois não leio a revista, mas penso que em muitos países caberia processo. Na França talvez não, pois eles se orgulham de sua Liberté. O problema é que a tal "Liberté" e sua parceira "Egalité" parecem ser aplicadas unilateralmente, uma vez que Muçulmanos são proibidos de rezar ou usar o hijab (véu islâmico integral) em público desde 2011 (veja a reportagem), pois isso "contraria valores seculares da França". Liberté e Egalité só valem para quem defende "valores seculares"?
Estou apreensivo com o que vai acontecer daqui para frente. O mundo vai começar a prestar mais atenção à multidão de Cristãos que são mortos todos os anos por Muçulmanos pelo simples fato de serem Cristãos? A liberdade de expressão vai ser ampliada, inclusive para grupos religiosos conservadores? Ou vão traçar novas leis para coibir ainda mais a liberdade religiosa na Europa? Vamos esperar para ver.
Ah, e quanto aos terroristas, devem ser tratados conforme a Surah 5, Ayah 45 - "vida por vida, olho por olho".
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
Pedro era Amilenista?
Muitos Cristãos hoje em dia são Amilenistas, ou seja, não acreditam no Milênio. Acham que Jesus nunca vai reinar sobre a nação de Israel e que todas as profecias do Velho Testamento sobre a descendência de Abraão, Isaque, Jacó e Davi se cumprem figuradamente na Igreja ou, simplesmente, nunca se cumprirão. Para eles, a Igreja substituiu (anulou) Israel como nação de Deus na terra. Ou, então, acham que a Igreja é a continuação de Israel em todos os sentidos proféticos.
Com relação a essa posição, vale fazer algumas perguntas para se "pensar na cama":
De quem recebemos as doutrinas da Igreja?
Resp: De Jesus.
Quem Ele comissionou para comunicá-las a nós?
Resp: Os apóstolos.
Quando eles aprenderam essas doutrinas?
Resp: Durante Sua vida e durante os 40 dias após Sua ressurreição, quando Ele ensinou-lhes a entenderem as profecias do Velho Testamento e como aplicá-las corretamente.
Você não acha curioso que, mesmo após aproximadamente 3 anos de ministério antes da morte, mais 40 dias de ensino intensivo após a ressurreição de Jesus, os discípulos ainda mantivessem o conceito judaico de que o Reino de Deus seria a restauração literal do Reino a Israel?
"Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?", At 1:6.
E qual foi a resposta de Jesus? Por acaso Ele disse que eles tinham entendido tudo errado e que o Reino nunca mais seria restaurado a Israel? Não foi isso o que Ele disse, mas
"Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.", At 1:7.
Ele apenas disse que não lhes competia saber o tempo, mas não negou a restauração do Reino Davídico. Sendo assim, não é de estranhar que Pedro, em seu discurso em Atos 3, tenha citado os profetas do Antigo Testamento para exortar os judeus a se arrependerem para que o Cristo voltasse e restaurasse todas as coisas:
"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo. Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também predisseram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra.", At 3:19-25 (ênfase minha).
Note que Pedro está se dirigindo à nação de Israel, não à Igreja, como sendo os filhos da aliança aqui. Aparentemente, Pedro acreditava que se Israel se arrependesse, o Cristo retornaria e inauguraria o Reino, onde todas as nações da terra seriam abençoadas. Claramente, Pedro considera que os "tempos da restauração de tudo" são uma época ainda futura, à parte do que já acontecera em Pentecostes.
Não sei qual é a sua posição sobre isso. Quanto a mim, ninguém tirará minha esperança, pois como filhos de Abraão segundo a fé, Deus nos reservou posição de destaque neste Reino:
"E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai.", Ap 2:26-27.
"e reinaram com Cristo durante mil anos.", Ap 20:4b.
Com relação a essa posição, vale fazer algumas perguntas para se "pensar na cama":
De quem recebemos as doutrinas da Igreja?
Resp: De Jesus.
Quem Ele comissionou para comunicá-las a nós?
Resp: Os apóstolos.
Quando eles aprenderam essas doutrinas?
Resp: Durante Sua vida e durante os 40 dias após Sua ressurreição, quando Ele ensinou-lhes a entenderem as profecias do Velho Testamento e como aplicá-las corretamente.
Você não acha curioso que, mesmo após aproximadamente 3 anos de ministério antes da morte, mais 40 dias de ensino intensivo após a ressurreição de Jesus, os discípulos ainda mantivessem o conceito judaico de que o Reino de Deus seria a restauração literal do Reino a Israel?
"Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?", At 1:6.
E qual foi a resposta de Jesus? Por acaso Ele disse que eles tinham entendido tudo errado e que o Reino nunca mais seria restaurado a Israel? Não foi isso o que Ele disse, mas
"Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.", At 1:7.
Ele apenas disse que não lhes competia saber o tempo, mas não negou a restauração do Reino Davídico. Sendo assim, não é de estranhar que Pedro, em seu discurso em Atos 3, tenha citado os profetas do Antigo Testamento para exortar os judeus a se arrependerem para que o Cristo voltasse e restaurasse todas as coisas:
"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo. Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também predisseram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra.", At 3:19-25 (ênfase minha).
Note que Pedro está se dirigindo à nação de Israel, não à Igreja, como sendo os filhos da aliança aqui. Aparentemente, Pedro acreditava que se Israel se arrependesse, o Cristo retornaria e inauguraria o Reino, onde todas as nações da terra seriam abençoadas. Claramente, Pedro considera que os "tempos da restauração de tudo" são uma época ainda futura, à parte do que já acontecera em Pentecostes.
Não sei qual é a sua posição sobre isso. Quanto a mim, ninguém tirará minha esperança, pois como filhos de Abraão segundo a fé, Deus nos reservou posição de destaque neste Reino:
"E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai.", Ap 2:26-27.
"e reinaram com Cristo durante mil anos.", Ap 20:4b.
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