O Yom Kippur é o dia mais sagrado do ano para os judeus, quando deve haver introspecção pessoal e arrependimento, além de expiação pelos pecados da nação. Kippur, ou expiação, significa "cobrir" ou "reconciliar", segundo o dicionário Strong. Quando um animal era sacrificado pelos pecados de alguém, seu sangue era derramado para cobrir simbolicamente os pecados da pessoa e fazer sua reconciliação com Deus
"Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.", Lv 17:11
O Yom Kippur é a segunda festa do outono, sendo celebrada no dia 10 de Tishri, logo após a Festa das Trombetas, que serve como uma santa convocação e chamado ao arrependimento, como preparação para o Dia da Expiação. Este, por sua vez, é um dia de perdão que serve como preparação espiritual para a festa seguinte, a Festa dos Tabernáculos. O Yom Kippur é descrito no livro de Levítico:
"Mas aos dez dias desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao Senhor. E naquele mesmo dia nenhum trabalho fareis, porque é o dia da expiação, para fazer expiação por vós perante o Senhor vosso Deus...Sábado de descanso vos será; então afligireis as vossas almas", Lv 23:27-28, 32a
Note a ênfase em "afligir a alma". Alguns judeus hoje vão além do mandamento de afligir a alma e afligem o próprio corpo com açoites. Mas, tipicamente o costume é se abster de comer e beber, bem como de relações sexuais e outros prazeres. Era somente neste dia do ano que o sumo sacerdote podia entrar no "Santo dos Santos", a parte mais interna do Tabernáculo, onde ficava a arca da aliança, representando a presença de Deus no meio do povo. Lá, ele deveria oferecer o sangue por expiação de seus pecados e do povo para fazer reconciliação com Deus por mais um ano. O ritual completo da festa é descrito em Levítico 16:1-34. Veja que para os judeus o termo "festa" não tem necessariamente o sentido de um tempo de alegria, como na nossa cultura. Neste caso, era um dia de angústia e sofrimento.
Jesus foi afligido para expiar nossos pecados, como escreveu o profeta Isaías, mais de 700 anos antes de Cristo:
"Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.", Is 53:4-5
"Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca...", Is 53:7a
"Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado.", Is 53:10
"...mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.", Is 53:12b
Numa tentativa de negar a clara conexão desta profecia com Jesus, os rabinos dizem que os textos acima referem-se à nação de Israel, e não ao Messias. No entanto, em nenhum lugar diz-se que Israel sofreu para expiar os nossos pecados. Uma nação com pecados não pode expiar pecados de outros. Isto simplismente não funciona.
O Yom Kippur possui um sentido profético ligado à expiação dos pecados de Israel quando eles reconhecerem o sacrifício do Messias. O Messias permanecerá no céu até Israel se converter, como diz o "Leão de Judá" no livro de Oséias:
"Irei e voltarei ao meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, de madrugada me buscarão.", Os 5:15
Aqueles que estão mais acostumados ao estudo das profecias, sabem que isto ocorrerá ao final da chamada "Grande Tribulação", um período de sete anos de aflição que culmina com a batalha do vale do Armagedom, ou Megido. Esta batalha termina com a volta do Messias para estabelecer Seu Reino na Terra. O profeta Zacarias descreve estes eventos assim (mais de 500 anos antes de Cristo):
"E acontecerá naquele dia, que procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém; Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom no vale de Megido.", Zc 12:9-11
Jesus também falou da aflição de Israel naqueles dias:
"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.", Mt 24:29-30
O ajuntamento final dos judeus em sua terra (Festa das Trombetas) e a sua aflição e arrependimento ao final da Grande Tribulação (Dia da Expiação) levará à conversão e purificação da nação de Israel. A festa do Yom Kippur é concluída com um longo toque da trombeta shofar. A seguir, vem o próximo grande evento na história da humanidade, a Festa dos Tabernáculos.