terça-feira, 1 de setembro de 2009

"Faça" ou "feito"?

O texto de Rm 4:3-8, comentado no último post, é um dos mais claros a respeito da justificação pela fé. Existem algumas passagens bíblicas que podem causar confusão com relação a este assunto, mas estas serão abordadas no futuro, se Deus permitir. Na verdade, o assunto é tão controverso e fundamental que pode-se dividir as religiões do mundo em dois grupos: A religião do "faça" e a religião do "feito". Por um lado, todas as religiões que dizem ser necessário ao homem fazer algo para alcançar ou merecer a salvação. Por outro lado, a religião que diz que a obra redentora já foi feita na cruz; "está consumado", não há nada que eu ou você possamos fazer para complementar o sacrifício de Cristo na cruz. Ele é perfeito e perfeitamente capaz de justificá-lo diante de Deus, se você tão somente crer. A salvação não depende de seus esforços para cumprir a Lei de Deus, nem de seus votos de fidelidade ou do quanto você ama Deus. A salvação é obra do SENHOR, não sua. Apenas receba:

Jo 1:12-13 - "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus."

Certa vez, após expor o evangelho da graça na igreja, me perguntaram: "mas então por que se diz que o caminho é estreito? Se é só crer, então é muito fácil". Minha resposta foi que o caminho é estreito não por ser muito difícil, mas por ser muito simples. Poucos acreditam nele. A religião do faça faz mais sentido para a mente do homem natural do que a religião do feito. A lógica humana nos diz que precisamos fazer algo para merecer a salvação. Nossa carne gosta de se gloriar diante de Deus. A religião do feito diz que Deus foi humilhado na cruz para pagar TODO o preço por nossos pecados, o que é "escândalo para os judeus, e loucura para os gregos" (I Co 1:23).

A segurança dos crentes é garantida pelas palavras de Jesus:

Jo 6:37-40 - "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia."

Jo 6:47 - "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna."

O que vem a Cristo não será lançado fora. É promessa de Cristo. Esta é a missão dEle, e Ele não falha! Se você olhar para Jesus e crer nEle, será salvo e ressuscitado no último dia. Será filho de Deus e nova criatura (II Co 5:17). Você se tornou nova criatura pela fé, não pode se tornar velha criatura de novo pelas obras (apesar de que você pode agir como se fosse velha criatura). Nada pode te afastar do amor de Deus:

Rm 8:38-39 -"Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor."

Então, posso pecar? A resposta está nos textos que são erroneamente interpretados como sendo referentes à perda da salvação.

4 comentários:

  1. Uma coisa que tenho observado é que tem algo sutilmente diferente do evangelho puro tem sido pregado. Não é o evangelho do "faça" para ser salvo, mas também não é o do "feito".

    Ainda que, geralmente, esse evangelho seja pregado por evangélicos que crêm na suficiência da obra de Cristo, a ênfase é mudada. É uma pregação que, na verdade, sequer parece se preocupar com a salvação. A ênfase está mais em "ter um relacionamento com Deus" do que em "nascer de novo". Mais em "buscar a presença de Deus" do que em "invocar o nome de Cristo para ser salvo".

    É como se estivessem querendo ensinar vida cristã para quem ainda nem é de Cristo.

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  2. Exemplo disso é o curso Alpha, muito comum no Reino Unido. Assisti aos vídeos do curso na Austrália e minha igreja na Inglaterra está planejando implementá-lo. São reuniões de estudo bíblico para quem está interessado em saber mais sobre cristianismo. Apesar de o evangelho da graça ser apresentado, em 14 horas de curso não se menciona inferno ou arrependimento. Um pastor estava explicando sobre o curso em uma reunião e disse que "podemos, em certo ponto, fazer um retiro em que convidamos o Espírito Santo para descer sobre as pessoas, e neste momento alguns podem se converter". Soa como colocar a carroça na frente dos bois...

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  3. Ricardo, eu vejo isso também. "Ter uma relacionamento com Deus", embora não seja errado, não me parece ser a grande questão, não fornece as bases desse relacionamento.

    A grande questão é que sejamos tocados a respeito no nosso próprio futuro, da nossa alma, e confiarmos que, como Cristo venceu a morte, assim nos venceremos também. Essa é a obra da evangelização, e a salvação é a grande questão.

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  4. Obviamente o relacionamento com Deus vem após isso.

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