"O
anti-Cristo ajunta todos os exércitos das nações do mundo,
guerreia contra os Filhos de Israel e mata de Israel milhares de
milhares...e Israel retornará com o Messias... (Armilus) ajuntará
os exércitos de todas as nações do mundo e eles enfrentarão o Rei
Messias e Israel. E o Santo, bendito seja Ele, lutará por Israel e
dirá ao Messias: 'Assenta-te à minha destra'. E o Messias dirá a
Israel, 'Ajuntai-vos e vede a salvação do Senhor.' ", The
Messiah texts (Raphael Patai, Wayne State University, 1979)
Engana-se
quem pensa que foram os Cristãos dispensacionalistas que criaram a
doutrina do pré-milenismo no século XIX. O texto acima mostra que
os judeus ortodoxos são pré-milenistas, ou seja, creem que o
Messias virá ao final da tribulação inaugurar o Reino de Deus na
terra, após destruir o anti-Cristo. Os judeus também o chamam de
Armilus, um deus persa do mal. Os Rabinos dizem que o Messias "com
a palavra de Seus lábios irá matar o perverso Armilus". Eles
calcularam os sete últimos anos da profecia das Setenta Semanas de
Daniel 9:23-27 da mesma maneira que os dispensacionalistas têm feito
por séculos. Dizem os Rabinos: "Por sete anos se ajuntarão
grandes exércitos...à terra de Israel...As coisas chegarão a tal
ponto que as pessoas irão perder as esperanças. Isto durará sete
anos. Então, inesperadamente, o Messias virá. O Messias se erguerá
sobre Israel, conquistará o inimigo e ajuntará os exilados de
Israel em Jerusalém e reconstruirá Jerusalém."
Este
Reino de Deus é o tempo da restauração do reino a Israel, conforme
os discípulos perguntaram a Jesus (At 2:6). Note que Jesus não
insinua que as profecias sobre Seu Reino não teriam cumprimento
literal, apenas responde que "Não vos pertence saber os
tempos". Estes são "os tempos do refrigério pela presença
do Senhor" (At 3:19) e os tempos "da restauração de tudo"
(At 3:21), quando "O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos,
e o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente.
Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o
Senhor.", Is 65:25. Este é o período de mil anos de reinado de
Cristo, mencionado em Ap 20:4.
Não
sabemos exatamente tudo o que será restaurado a Israel neste tempo.
Mas uma coisa sabemos: a Festa dos Tabernáculos será celebrada.
"E
acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que
vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o
Senhor dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos. E
acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a
Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá
sobre ela a chuva. ", Zc 14:16-17
A
Festa dos Tabernáculos é a sétima e última festa do calendário
judaico, sendo celebrada após a colheita de outono durante 7 dias a
partir do dia 15 de Tisri, 5 dias após o Dia da Expiação. Durante
este período eram sacrificados 14 carneiros, 98 cordeiros, 70
novilhos e 7 bodes (Nm 29:12-38). Ao contrário do Dia da Expiação,
onde os judeus deviam afligir a alma, na Festa dos Tabernáculos eles
deviam se alegrar:
"E
no primeiro dia tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos
de palmeiras, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras;
e vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete dias.", Lv
23:40
Além
de colher ramos de árvores, os judeus deviam habitar em tendas
durante os 7 dias (Lv 23:42) para se lembrarem de que habitaram em
tendas no Êxodo. O sétimo dia da festa é conhecido como Hoshana
Rabba,
ou "Salve-nos nas alturas".
Durante
o Novo Testamento fica claro que os judeus sabiam que a Festa dos
Tabernáculos se cumpre profeticamente com o estabelecimento do Reino
de Deus na terra. Durante a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém,
Jo 12:12-13 relata como as pessoas tomaram ramos de palmeiras, além
de clamarem "Hosana nas alturas" (Mt 21:9), que é o
Hoshana
Rabba
da Festa dos Tabernáculos. Eles não entendiam que as festas da
Páscoa (morte do Messias), pães ázimos (corpo de Cristo),
primícias (ressurreição), pentecostes (batismo do Espírito
Santo), trombetas (reunião dos santos de Israel nos últimos tempos)
e Dia da Expiação (Grande Tribulação) ainda precisavam se cumprir
antes da restauração do Reino Teocrático. No calendário judaico,
a Festa dos Tabernáculos é um tempo de alegria que sucede as aflições
do Dia da Expiação. Similarmente, o Reino Milenar será uma era de
alegria que se seguirá à Grande Tribulação.
Considero o cumprimento das festas judaicas como um forte argumento para a defesa do pré-milenismo, em comparação com o amilenismo e o pós-milenismo. Em posts futuros, pretendo explorar mais a diferença entre cada posição.
Considero o cumprimento das festas judaicas como um forte argumento para a defesa do pré-milenismo, em comparação com o amilenismo e o pós-milenismo. Em posts futuros, pretendo explorar mais a diferença entre cada posição.
Postscript:
Nos
tempos de Cristo, durante a Festa dos Tabernáculos os sacerdotes
tinham a prática de pegar água no tanque de Siloé (o mesmo que
Jesus usou para curar o cego - Jo 9:6-7) e levar em jarros de ouro
até o templo durante os 7 dias da festa. Eles subiam o monte do
templo cantando os Salmos 120 a 134 e, ao chegar lá, subiam a rampa
do altar de sacrifício e derramavam a água nos sulcos por onde
escorria o sangue. Os Rabinos ensinavam que isto era um símbolo do
derramamento do Espírito Santo que deveria preceder a vinda do
Messias. Enquanto isso, os castiçais de ouro de 23 metros de altura
do templo eram acesos. Cada castiçal tinha 4 copos de ouro e sua luz
podia ser vista de toda a Jerusalém. É neste contexto, no último
dia da Festa, que Jesus pronuncia:
"E
no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e
clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê
em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu
ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que
nele cressem", Jo 7:37-39a
E
ainda:
"Falou-lhes,
pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue
não andará em trevas, mas terá a luz da vida.", Jo 8:12
As
águas vivas que correm do altar simbolizam o Espírito Santo, que é
uma dádiva a todo aquele que crê no Messias. E aquele que o recebe
não está em trevas, mas tem a luz da vida. E sua luz pode ser vista
por todos.